*Garantir a oferta de atendimento educacional à criança surda, do nascimento aos três anos, propiciando a imersão em língua de sinais como primeira língua;
*Oficializar a profissão de tradutor-intérprete de Libras e de guia intérprete para surdos e cegos e garantir a presença desses profissionais nas escolas e instituições de ensino superior;
*Garantir que a formulação e a execução da política linguística sejam realizadas com a participação dos educadores surdos e demais lideranças da comunidade surda.
Resumo das propostas rejeitadas:
*Garantir às famílias e aos surdos o direito de optar pela modalidade de ensino, garantindo o acesso à educação bilíngue;
*Garantir e ampliar o atendimento de serviços de intervenção precoce em crianças de até três anos;
*Garantir o contato dos alunos surdos com professores surdos, oportunizando sua identificação linguística e cultural;
*Consolidar o ensino de Libras nos cursos de formação de professores, incluindo temáticas como artes, literatura, gramática da língua de sinais e história dos movimentos surdos. Incluir esse temas também nos currículos das escolas de surdos e nas escolas com alunos surdos incluídos;
*Incentivar e apoiar financeiramente a criação do Curso de Graduação em Pedagogia Bilíngüe;
*Inserir prova de proficiência em Libras nos concursos e em outros processos seletivos para professores que atuarão com alunos surdos.
Explicação:
No momento da votação, sete propostas foram totalmente rejeitadas, três aprovadas com 50% e uma obteve 30%. Neivaldo argumenta que os dirigentes governistas manipularam o grupo. "Nas nossas costas, depois de sairmos da plenária, os participantes do eixo seis foram chamados para uma reunião com representantes do Governo Federal e de ONG’s conveniadas ao Ministério da Educação (MEC). Eles os convenceram a votar contra as propostas destacadas pelo grupo de surdos, acusando nossas ideias de segregacionistas. Os únicos movimentos que nos apoiaram até o fim foram a Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) e a Educação do Campo", explica Neivaldo.
Explicação:
Segundo o delegado Neivaldo Zovico, houve um forte lobbie das entidades favoráveis à escola inclusiva, perspectiva também apoiada pelo governo. Ele explica que a conferência foi dividida em seis subtemas e que as propostas sobre os surdos entraram no eixo seis "Justiça social, educação e trabalho: inclusão, diversidade e igualdade". "Durante a fase de discussão interna ao eixo seis fizemos um acordo de que todos votaríamos a favor das propostas apresentadas pelos diferentes grupos – negros, quilombolas, Movimento dos Sem Terra, dentre outros. Partimos do princípio de que ninguém conhece melhor a realidade do que aqueles que a vivenciam", relata o delegado, que também é professor.
Fonte: Revista da Feneis, 2010, nª 40 (http://xa.yimg.com/kq/groups/12791016/1208760312/name/DOC008.PDF)
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